Desde o início da pandemia, o Laboratório de Pesquisa em Infecção Hospitalar do Instituto Oswaldo Cruz (Fiocruz) coletou três vezes mais amostras de bactérias resistentes a antibióticos. Pesquisadores alertam para o risco de ampliação da resistência a esses fármacos pelo uso mais frequente durante a crise sanitária. As chamadas “superbactérias” chegam à Fiocruz por meio de laboratórios de saúde pública de diversos estados. Segundo o instituto, em 2019, foram pouco mais de mil amostras. Em 2020, o número ficou próximo de DUAS MIL. Já este ano, de janeiro a outubro, foram coletadas TRÊS MIL 700 superbactérias. A reação pode ser resultado da alta na prescrição dos antibióticos para tratamento de pacientes graves contaminados pelo novo coronavírus, que desenvolvem infecções secundárias. Ana Paula Assef, chefe do laboratório da Fiocruz destaca que o uso excessivo do medicamento precisa ser controlado para evitar que impulsione a resistência bacteriana. Vale lembrar que, em agosto, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) declarou, em nota técnica, que os antibióticos não são indicados no tratamento de rotina da Covid-19, pois são fármacos que atuam apenas contra bactérias, não contra vírus. São medicamentos indicados apenas nos quadros de infecção bacteriana associada ao processo viral.
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