Prefeitura tem ações conjuntas que já mudaram a realidade de muitas pessoas.
A vida das pessoas em situação de rua é cheia de dificuldades e estender a mão aos que mais precisam faz parte da política de ações da Prefeitura de Bragança Paulista, que tem mobilizado diversas Secretarias Municipais para oferecer uma rede de serviços. Uma das ações intensificada é a de internação dos dependentes químicos para tratamento.
A Secretaria Municipal de Ação e Desenvolvimento Social (SEMADS) tem identificadas 15 pessoas em situação de rua que são de Bragança Paulista e já são acompanhadas pelos serviços. “Todos são dependentes químicos crônicos e podemos afirmar que 100% deles não estão na rua por pobreza, mas sim devido à dependência e doenças psiquiátricas causadas pelas drogas e pelo alcoolismo”, relata Harumi Kawagoe, Secretária de Ação e Desenvolvimento Social.
De acordo com a equipe da SEMADS, somente na semana passada, três pessoas foram levadas de forma voluntária para consulta e avaliação relacionada a acolhimento e estão em comunidade terapêutica.
Os demais casos, a Prefeitura de Bragança Paulista realizará a internação involuntária, porém a SEMADS está preparando todos os relatórios técnicos que comprovam a necessidade e enviará à Secretaria de Assuntos Jurídicos, para análise e petição requerendo ao Poder Judiciário, a fim de obter autorização para a abordagem coercitiva das pessoas, para o encaminhamento ao médico psiquiatra para a consulta e procedimentos adequados.
A Secretaria Municipal de Saúde tem convênios com três comunidades terapêuticas para acolhimento (voluntário) e com uma clínica para as internações involuntárias.
Atualmente há três serviços principais de atendimento às pessoas em situação de rua vinculados à SEMADS: a Abordagem Social, o Centro Pop e o Albergue Municipal Maranata. De acordo com o perfil e histórico da pessoa, podem ser acionadas outras secretarias, como a Saúde, por exemplo.
Como a maior parte das pessoas em situação de rua enfrenta problemas com álcool e drogas, existe o encaminhamento ao CAPS-AD (Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas) “Dr. Francisco de Assis Leme”, ligados à Secretaria de Saúde.
No CAPS-AD, o psiquiatra indica se o tratamento deve ser ambulatorial ou se é necessário o acolhimento ou a internação. Quando a decisão é voluntária, há o acolhimento em comunidade terapêutica conveniada. Quando é involuntária, é solicitada a internação em clínica conveniada. Ambas serão intensificadas.
ALBERGUE MUNICIPAL
Além dos 15 dependentes químicos em situação de rua atualmente, outras 20 pessoas estão no Albergue Municipal Maranata, que oferece abrigo provisório. No caso de pessoas que são de Bragança Paulista e procuram o Albergue, há um trabalho de oficinas de capacitação profissional, trabalhos para melhorar a autoestima e informações de educação financeira. Há ainda parceiros que realizam cortes de cabelo gratuitos no local e parceria com a USF (Universidade São Francisco), para oferecer palestras sobre educação e saúde.
O resultado tem sido positivo. Sete pessoas já alugaram uma casa e outras 12 começaram a trabalhar recentemente e estão aguardando receber o primeiro salário para também alugar uma casa e sair do Albergue.
O Albergue Municipal Maranata fica na Rua Vicente Sabela, 860, Darcilância e tem capacidade para acolher para pernoite até 20 pessoas, funcionando 24 horas por dia. O telefone é o (11) 4035-2785.
CENTRO POP
Outro trabalho importante é realizado no Centro Pop. Somente entre janeiro e fevereiro foram feitos 1.182 atendimentos e ofertadas 212 passagens para que as pessoas possam retornar a suas cidades de origem.
A grande maioria dos atendidos são homens na faixa de 41 a 50 anos. As mulheres que recebem atendimento também estão em sua maioria entre 41 e 50 anos.
No Centro Pop há serviços de assistência social, psicólogo, encaminhamentos para a Saúde, orientação e ajuda em questões como encaminhamentos ao Poupatempo para emissão de documentos e encaminhamentos ao PAT (Posto de Atendimento ao Trabalhador) para vagas de emprego.
No local eles podem também tomar café da manhã e têm acesso a banho e troca de roupas. A equipe também busca fazer contato com familiares, especialmente os que moram em outras cidades.
O Centro Pop atende de segunda a sexta-feira das 7h30 às 17h e fica na Rua Barão de Juqueri, 259, Centro. O telefone é o (11) 4032-6400.
ABORDAGEM SOCIAL
Um dos trabalhos fundamentais é o da Abordagem Social. São esses profissionais que saem às ruas para verificar cada situação, orientar para que as pessoas procurem os serviços oferecidos pela Prefeitura e também para identificar quem são.
Quando são identificadas pessoas de outras cidades, a equipe entra em contato com os familiares e também fornece a passagem de ônibus para que possam retornar para a cidade de origem. Haverá, inclusive, reunião no próximo dia 23/03, com equipes de Atibaia e Extrema para tratar do tema.
“Pessoas de Bragança Paulista atualmente nas ruas são esses 15, todos dependentes químicos. Os demais passam pela cidade e não se estabelecem”, comenta Harumi.
Há um trabalho constante e conjunto entre as secretarias para que as pessoas deem oportunidades e não esmolas quando virem alguém pedindo dinheiro ou tentando vender algo nos semáforos e áreas públicas.
A orientação é para entrar em contato com a Abordagem Social pelo (11) 99578-4869, para que possa haver encaminhamento aos serviços sociais oferecidos, incluindo tratamento para os dependentes químicos.
