A Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt) anunciou mudanças no seu departamento técnico, mas com o compromisso de manter a excelência na área que é uma das mais importante da gestão. Joana Ribeiro Costa será a nova supervisora Técnica e Jorge Bichara – que deixa a Diretoria Técnica por questões de família – permanece no projeto de busca de medalhas olímpicas e pan-americanas em outra função.
Jorge Bichara, 53 anos, será assessor Especial da Presidência com funções no Conselho Técnico e na condução do plano estratégico para os Jogos Olímpicos, Campeonato Mundial e Jogos Pan-Americanos.
Joana Ribeiro Costa tem 41 anos, é professora de Educação Física. Foi atleta olímpica do salto com vara (Rio-2016). Sua qualificação para a Olimpíada é inesquecível: já tinha comprado ingressos para o atletismo e se inscreveu para trabalhar como voluntária, quando saltou 4,50 m no Troféu Brasil. Joana fez ginástica artística e sua carreira no atletismo teve início em 1994, no Projeto Olímpico USP-Xerox, coordenado por Pedro de Toledo, o Pedrão, nos saltos triplo e em distância e no pentatlo – o salto com vara feminino não existia na então categoria menores.
É formada em Educação Física pela Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU), fez Ciências Biológicas na Clemson University, com especialização em Espanhol – competiu nos Estados Unidos enquanto estudava – e fez os cursos de treinadora de atletismo com foco na formação de atletas e Avançado em Gestão Esportiva (CAGE) do Comitê Olímpico do Brasil (COB). Integrou o Conselho Técnico da CBAt de 2019 a 2021, foi considerada uma das melhores Representante dos Atletas na CBAt por sua atuação, e integra o Comitê Feminino da CBAt.
“Vai ser um grande desafio. Estudei, me preparei para isso. Esta é uma gestão de mudança e vou entrar para ajudar nesse projeto”, disse Joana, casada e mãe de Gabriela e Gustavo.
Jorge Bichara, reconhecido pelos bons resultados obtidos na gestão do alto rendimento do esporte nacional, chegou a CBAt em maio de 2022 e deixa de ser diretor Técnico por razões estritamente pessoais, sem divergências com a entidade. Precisa estar mais próximo de sua casa e família, no Rio, e não pode manter a rotina de viagens para Bragança Paulista, onde está localizada a sede da CBAt, e para eventos nacionais e internacionais.
“Optei por aceitar convite para assumir posição similar no Rio e ficar mais próximo de minha mulher e filhas. Mas me sinto corresponsável pelo plano esportivo desenhado para o atletismo”, afirmou. “Meu compromisso é prestar esse tipo de trabalho a CBAt e tenho o objetivo de cooperar – sei o quanto o atletismo brasileiro é capaz – na obtenção de medalhas olímpicas e em pans.”
A indicação de Joana enfatiza a tendência mundial reforçada pela World Athletics e já iniciada pela CBAt de abrir espaço e valorizar a participação feminina, um investimento também em pessoas que possam atuar na gestão esportiva em cargos estratégicos.