O brasiliense Caio Bonfim (CASO-DF) venceu neste domingo (9/1) a prova dos 35 km da Copa Brasil Loterias Caixa de Marcha Atlética, no circuito montado no estacionamento do Bragança Garden Shopping, em Bragança Paulista, com recorde brasileiro. O melhor marchador da história do Basil, já tinha um título na categoria sub-18, dois na sub-20 e de 10 consecutivos dos 20 km no adulto.”Meu 11º título no adulto – minha mãe tem 8”, disse o atleta sobre a conquista e sua mãe e treinadora Gianetti Bonfim. “Eu sempre dizia que era mais fraco que ela. Mas agora a marca é minha.”Caio, não só venceu a prova como bateu o recorde brasileiro da especialidade, que era dele, com 2:39:19, desde a Olimpíada do Rio-2016, numa das parciais dos 50 km que ele disputou no Recreio dos Bandeirantes, e em que terminou em 9º lugar.Caio, ganhador da medalha de bronze nos 20 km do Mundial de Londres-2017, completou as 35 voltas no circuito em 2:33:57, num desempenho excepcional. Ele manteve um ritmo forte desde a largada, dada às 6:15, com o tempo encoberto, 17º graus de temperatura e 81% de umidade relativa do ar.“O recorde era do Rio-2016. Aí fiz pela primeira vez os 35 km no Troféu Brasil do ano passado só que tinha feito os 20 km um dia antes. Eu vim para os 35 km para tentar fazer uma marca e até sábado o recorde sul-americano era 2:34:40. Eu planejei fazer o recorde sul-americano aqui, apesar de ter sete curvas por volta – são 35 voltas. Estava pronto para fazer, mas aí no sábado um equatoriano elevou a marca”, disse, referindo-se a Brian Pintado, que venceu o torneio nacional, com 2:32:40. “Ainda assim fiquei até os 27 km na zona do recorde, mas as curvas foram minando e fiquei a 1:10 do recorde sul-americano, mas fizemos o recorde brasileiro, a segunda melhor marca da América do Sul.”A competição, que abriu o calendário 2022 da Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt), serviu para definir a equipe que representará o País no Campeonato Sul-Americano de Lima, no Peru, nos dias 5 e 6 de fevereiro.“Vamos trabalhar agora para o Sul-Americano de Lima – não sei que prova vou fazer. Tem o Sul-Americano, o Mundial de Marcha, os challenges, o Mundial de Atletismo – prova dos 20 km é 10 dias antes da dos 35 km e dá para fazer as duas. A gente treina, treina e treina mais um pouquinho. Estou com esperança de bons resultados este ano, de fazer um grande ano”, observou.“Queria agradecer aos nossos apoiadores, as Loterias Caixa, a CBAt pela resiliência nesses anos de pandemia, e por ceder os alojamentos para a nossa equipe. As Loterias Caixa que dá todo o apoio para o CASO e a Confederação. A gente fica feliz e tem de agradecer porque não chega aqui sozinho. Temos um grande ano para fazer, na esperança de bons resultados”, lembrou. ”Queria mandar um beijo para minha esposa que está com os dois meninos lá em casa: Miguel, Téo, amos vocês, beijos Ju”, completou.Já Matheus Gabriel Correa (AABLU-SC) venceu pela primeira vez os 20 km da Copa Brasil, com 1:24:00. “Foi uma prova um pouco mais lenta em relação às últimas que venho fazendo, mas gostei bastante porque há um ano eu fiz 1:24:40 e hoje fui melhor. Estou feliz porque melhorei a minha marca neste percurso. Foi uma prova boa para começar a temporada”, afirmou. “Eu não parei de competir desde os Jogos Olímpicos – fiz o Brasileiro e o Sul-Americano Sub-23, Jogos Abertos de Santa Catarina, Pan-Americano Júnior e agora a Copa Brasil e mantendo uma constância muito boa. Agora é focar os treinos, na técnica e velocidade – eu vinha investindo na rodagem – e conciliar com os treinos mais longos porque eu vou entrar para os 35 km em abril”, afirmou.Matheus e o treinador Ivo da Silva confirmaram que ele deve marchar os 35 km em Dudince, na Eslováquia, em abril. “Se possível, quero obter o índice para o Campeonato Mundial também nos 35 km. Eu gostaria de ir ao Mundial para fazer os 20 e os 35 km. E chegar no top 20 no ranking da World Athletics deste ano”.Na prova feminina, Gabriela Souza Muniz (CASO-DF) conquistou o primeiro título adulto nos 20 km, depois de cinco no sub-18 e sub-20, com 1:46:07. “Eu achei a prova muito boa, o clima estava excelente e para início de temporada foi uma marca razoável, gostei, porém ainda tenho muito trabalho pela frente”, comentou. “No Sul-Americano, quero melhorar mais. Meu objetivo é treinar bastante e tentar fazer o índice para o Campeonato Mundial adulto”, completou, referindo-se a Oregon, nos Estados Unidos, em julho.Nos 35 km feminino, Elianay Santana da Silva Pereira Barbosa (CASO-DF), foi a vencedora, com 3:10:08. Foi o segundo título na Copa Brasil. “Queria agradecer a Deus e aos meus parceiros. Eu não era favorita. Estamos na base, mas nós começamos a treinar mais cedo. Para muitos foi uma surpresa, mas eu estava preparada para ganhar e vim para ganhar. Foi uma prova dura, com vento. Os 35 Km exigem paciência e eu tive paciência”, afirmou a atleta, que superou Viviane Santana Lyra (AFVF-RJ), que ficou em segundo lugar.Muitos atletas alcançaram ou ratificaram em Bragança Paulista os índices mínimos para integrar a seleção brasileira no Mundial por Equipes de Mascate, em Omã, que será disputado em março de 2022. A CBAt vai divulgar a lista dos atletas com índices.A CBAt aproveitou a oportunidade para entregar a placa de benemérito de entidade para João Sena, treinador e gestor do Centro de Atletismo de Sobradinho (CASO-DF), que foi o grande destaque por equipes da competição. O título foi outorgado por unanimidade pela Assembleia Geral da CBAt, em outubro de 2020, e entregue pelo presidente Wlamir Motta Campos, que elogiou o trabalho realizado na equipe. A Copa Brasil Loterias Caixa de Marcha contou com a presença de 81 atletas de 22 clubes, representando 7 Estados e o Distrito Federal. Durante a competição foram arrecadados 45 quilos de alimentos que serão doados para a Casa da Benção Mantenedora da Ação Social Espírita, em Bragança. Também foram recolhidos para reciclagem 1.500 copos de água e 92 quilos de lonas. O campeonato foi transmitido pelo Youtube da CBAt – foram 5 horas de transmissão ao vivo. E ainda foram feitos 35 atendimentos na barraca do Jogo Limpo, campanha da Autoridade Brasileira de Controle da Dopagem (ABCD), que tem total apoio da CBAt.
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