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Líder espiritual é condenado a 72 anos de prisão por crimes sexuais em Socorro (SP)

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Líder espiritual é condenado a 72 anos de prisão por crimes sexuais em Socorro (SP)

A Justiça condenou o líder espiritual Jessey Maldonado Monteiro a 71 anos de prisão pelos crimes de violação sexual mediante fraude e estupro em Socorro (SP). Ele também recebeu um ano de detenção em regime semiaberto por exercer ilegalmente a medicina.

Monteiro foi acusado após a polícia recolher depoimento de 16 mulheres que foram abusadas durante massagens, terapias e atendimentos. Ele atuava há mais de 20 anos na área da saúde e, até ser preso no dia 15 de janeiro deste ano, chefiava o setor de Radiologia da Santa Casa de Socorro.

Em nota, o advogado de Monteiro disse estar ciente da sentença e respeitar a decisão judicial, “porém, manifesta sua discordância em relação ao veredicto. O advogado destaca que a equipe de defesa considera a fragilidade das provas apresentadas durante o processo e, por essa razão, decidiu recorrer da decisão”.

“A defesa reafirma seu compromisso com a justiça e a defesa dos direitos de seu cliente, e acredita que um novo exame do caso poderá evidenciar as inconsistências que fundamentam o recurso”, diz o texto.

Atuação em centro de umbanda

Segundo o Ministério Público, o acusado participava de um centro de umbanda e aproveitava da posição dentro da entidade religiosa para oferecer tratamentos mediúnicos realizados com massagens. Os abusos sexuais foram cometidos contra diversas mulheres durante os procedimentos.

Ainda conforme a apuração do MP, dentre as vítimas havia uma adolescente que tinha 17 anos na época do abuso, e que os sofreu na presença da mãe. Ele também teria a abusado de uma paciente e uma estagiária no hospital onde trabalhava.

Relatório

O relatório final do inquérito sobre o caso foi encaminhado no dia 24 de janeiro à Justiça de Socorro. Segundo a delegada responsável pela investigação, Leise Silva Neves, caso apareçam novas vítimas, um novo inquérito será aberto.

No primeiro inquérito constam:

  • o depoimento de 16 mulheres que acusam formalmente Jessey pelos abusos;
  • o depoimento de cinco testemunhas;
  • o depoimento de representantes do templo de umbanda que Jessey frequentava;

Quatro crimes foram detalhados no inquérito policial:

  • Estupro: pela suspeita de ter cometido os abusos mediante violência.
  • Violação sexual mediante fraude: pela suspeita de ter abusado sexualmente das vítimas como se fosse uma terapia.
  • Exercício irregular da medicina: por oferecer serviços de terapias psicológicas e quiropraxia sem a formação necessária.
  • Curandeirismo: pela suspeita de oferecer curas milagrosas a problemas físicos e emocionais em troca de pagamentos.

O caso

Jessey Maldonado Monteiro foi preso no dia 15 de janeiro suspeito de estuprar mulheres durante atendimentos “terapêuticos”. O caso veio à tona após um grupo de mulheres ter procurado uma representante da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de Socorro.

Jessey teve a prisão preventiva mantida pela Justiça no dia seguinte e, desde então, está preso. Segundo a polícia, o suspeito fazia atendimentos terapêuticos diversos em um consultório na casa dele e também atuava como líder espiritual, se descrevendo como uma pessoa “com poderes superiores”.

Entre os serviços oferecidos por Jessey, estavam:

  • ozonoterapia;
  • quiropraxia;
  • terapias psicológicas;
  • massagens;
  • hipnoses;
  • e terapias de regressão.

À época da prisão, a Santa Casa disse estar surpresa e não ter qualquer conhecimento sobre os crimes praticados, além de ter manifestado solidariedade às vítimas e se colocado à disposição das autoridades.

Os advogados do templo de umbanda informaram que não tiveram acesso aos autos do inquérito policial. O espaço e seus representantes legais negam qualquer participação nos crimes e afirmaram que se solidarizaram com as vítimas, “se comprometendo a auxiliar a autoridade policial na apuração dos fatos”.

Fonte: G1

Foto: Wesley Justino/EPTV

Publicado por

Vinicius Gustavo 102 FM

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