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Prefeitura de SP estima que casos leves de Covid são recorde desde o início da pandemia | 102FM Todo Mundo Ouve

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Prefeitura de SP estima que casos leves de Covid são recorde desde o início da pandemia | 102FM Todo Mundo Ouve

Secretário da Saúde da capital afirmou que a variante delta levou 9 semanas para predominar, e ômicron, 3 semanas. Informação sobre total de casos de Covid ainda está prejudicada após apagão de dados do Ministério da Saúde.

Uma estimativa da Prefeitura de São Paulo divulgada nestaquinta-feira (6) aponta que o número de casos de síndrome gripal comconfirmação laboratorial para Covid-19, ou seja, de pacientes com sintomasleves de coronavírus na cidade, pode ser atualmente o dobro do registrado nopico da pandemia de coronavírus, em abril de 2021, recorde até então.O levantamento faz parte do estudo que baseou a decisão dagestão municipal de cancelar o carnaval de rua na cidade neste ano.Os dados, no entanto, não correspondem a todos casosconfirmados de Covid-19 porque levam em consideração apenas os pacientes comsintomas gripais leves, e excluem os internados. Atualmente, as informaçõessobre o conjunto de casos confirmados de Covid-19, leves ou graves, estãoprejudicadas pelo apagão de dados nos sistemas do Ministério da Saúde.Apesar disso, o coordenador da Coordenaria de Vigilância emSaúde (Covisa) da capital, Luiz Arthur Vieira Caldeira, disse que a prefeiturafaz uma estimativa sobre o atraso dos registros das últimas quatro semanas paracalcular quantos casos leves de síndrome gripal a cidade tem atualmente.A Covid leve, ou síndrome gripal, é caracterizada pelapessoa com quadro respiratório agudo, com pelo menos dois dos seguintes sinaise sintomas: febre, calafrios, dor de garganta, dor de cabeça, tosse, coriza,distúrbios olfativos ou degustativos e que não fica internada. Síndromerespiratória aguda grave é quando a pessoa com esses ou mais sintomas éinternada.A administração municipal não publicou os dados completosdos estudos, apenas uma apresentação de slides com os gráficos. Também não épossível saber se os dados represados durante o período do apagão já foramtotalmente inseridos nos sistemas.Para o pesquisador da USP Paulo Inácio Prado, membro doObservatório Covid-19 BR, o valor exato de casos leves, e se eles de fato jápassaram o pico de 2021, ainda é incerto. Mas a tendência de crescimentoacelerado de casos “está muito clara, confirmada por diferentes fontes dedados e análises”.”Em geral há bastante incerteza nos pontos finais daprevisão. É normal isso, porque o dado dos últimos dias é menos completo,portanto temos mais incerteza sobre quantos casos de fato aconteceram e aindanão entraram na base de dados”, disse Prado.”Mas está muito clara a tendência de crescimentoacelerado, e foi muito importante que a prefeitura tenha dado estealerta”, explicou Paulo Inácio Prado, do Observatório Covid-19 BR.Embora as internações por Covid-19 também tenham aumentadono estado, com um crescimento de 100% em 23 dias, como já mostrou reportagem dog1, a prefeitura da capital estima que apenas os casos leves da doença devemsuperar os números registrados no pico da doença.Ao apresentar as projeções da Covid-19 na capital, aprefeitura também mostrou gráficos que mostram todos os casos de pacientes comsíndrome gripal, seja Covid, seja gripe.”Neste momento já podemos estar com praticamente odobro do número de casos [de síndrome gripal] que nós tivemos no pico dapandemia, provocados pela P1 em março ou abril de 2021. Síndrome gripal, nototal, incluindo Covid”, disse Caldeira.De acordo com Caldeira, o aumento de casos na capitalcorresponde ao verificado em outros países afetados pela variante ômicron docoronavírus, que é mais contagiosa.”É uma disseminação extraordinária, uma explosão dedisseminação na população. Por isso estamos observando as unidades de prontoatendimento lotadas, mas de casos leves. No entanto, a quantidade de pessoasque atinge ao mesmo tempo é mais que o dobro do que vimos na P1. Em que pese aspessoas estarem mais protegidas, mas muito mais contaminados nessemomento”, disse o representante da prefeitura.Em entrevista à GloboNews na noite desta quinta (5), o secretárioda Saúde da capital, Edson Aparecido, disse que a ômicron já representa 58% doscasos sequenciados na capital.”Quando surgiu a ômicron na cidade de São Paulo, no dia5 de dezembro, os testes sequenciados nos davam conta de 5% de ômicron. Na semanaepidemiológica seguinte isso saltou para 37% dos casos. Ontem nos casospreliminares já atingiu 58%”, disse Aparecido.”A delta levou nove semanas para ser a varianteprevalente na cidade. A ômicron, em menos de três semanas, e ainda com os dadosatrasados, em menos de três semanas já representa 60%. Estamos na subida decasos de ômicron. Janeiro e fevereiro serão meses que a gente vai enfrentar,sem dúvida nenhuma, uma onda muito grande com a nova variante”, completou.Em nota, a prefeitura declarou que “realiza omonitoramento e a vigilância de acordo com os dados disponíveis em banco denotificações do governo federal” e que “os gráficos apresentadosnesta quinta-feira (6), seguem o padrão de atraso de notificação de rotina enão leva em consideração os ataques sofridos pelo banco de dados do Ministérioda Saúde.”Covid X GripeO representante da Covisa também afirmou que, ao contráriodo que aconteceu em dezembro de 2021, as internações por Covid voltaram asuperar as de gripe no município.”Na segunda quinzena de dezembro, nós observamosaumento na internação de pessoas que agravaram pelos vírus respiratórios. O quetemos diferente é o vírus da influenza. O vírus que não apareceu o ano todo,nem sequer na sazonalidade, se disseminou, e por três semanas de dezembro foi oque mais causou internações na cidade. Já observamos que começou a cair onúmero de internações por influenza. Em contrapartida, há o aumento deinternações por Covid”, disse Caldeira.A mesma tendência também foi observada em hospitaisparticulares da cidade. Nos cinco primeiros dias do ano, o HCor registrou 1,5mil atendimentos de pacientes com sintomas respiratórios. Destes, 51% testarampositivo para Covid-19, e apenas 6% para o vírus Influenza da gripe.O Hospital Albert Einstein também registrou aumento doscasos de Covid na primeira semana de janeiro. Entre os dias 02 e 06, o hospitalconfirmou 3.675 casos de Covid-19 e 902 casos de Influenza. Atualmente, ohospital tem 60 pacientes internados com Covid e 23 com Influenza.Aumento de internações no estadoA média diária de novas internações por suspeita ouconfirmação de Covid-19 em enfermaria e UTI dobrou em 23 dias no estado de SãoPaulo. Diante do apagão nos dados de casos confirmados da doença, o indicadorde internações é uma das principais estatísticas para o acompanhamento dapandemia no estado.Nesta terça-feira (4), foram 566 novas internações, contra283 em 13 de dezembro de 2021. Embora seja menor do que os dos piores momentosda pandemia, o número já é semelhante ao verificado em setembro de 2021. Amédia de internações considera o número de novas admissões em leitos deenfermaria ou de UTI de pacientes com confirmação ou suspeita de Covid-19.Mesmo com o apagão das estatísticas de casos e mortes nasúltimas semanas, outros indicadores apontam que a contaminação pelo coronavírusvoltou a aumentar no estado. Além de internações, filas em postos de saúde ehospitais e testes positivos de Covid em farmácias cresceram.Apagão de dadosDesde que o Ministério da Saúde afirmou ter sofrido umataque hacker, em dezembro, estados enfrentaram dificuldades para extrair asinformações sobre a doença dos sistemas oficiais.Na terça-feira (4), o governo de São Paulo afirmou que aextração começou a ser normalizada. No entanto, especialistas afirmam que asinformações represadas durante o período de instabilidade ainda não foramdivulgadas completamente. Para eles, os governos ainda estão em um “voocego” no acompanhamento dos dados de Covid-19.Nesta quarta, o secretário estadual da Saúde, JeanGorinchteyn, admitiu que os dados ainda não estão completos, e que parte doscasos que ocorreram durante o apagão ainda não foi contabilizada. Mesmo com oaumento nas internações, a gestão estadual descarta a adoção de novas medidasrestritivas para conter o avanço da variante ômicron e da gripe.Já o coordenador-executivo do Comitê Científico do governode São Paulo declarou que o apagão de dados ocorreu porque o estado confiou nosistema do Ministério da Saúde.”Essa questão do apagão talvez seja a manifestação maisevidente do processo de desconstrução do sistema único de saúde que a genteestá enfrentando. O estado confiou no Ministério da Saúde. Todos os casosconfirmados são encaminhados diretamente dos municípios para o ministério,disse.Para ele, a permanência do apagão equivale à sensação deestar “conduzindo um Boeing sem GPS e radar”. O médico avaliou aindaa possibilidade de que o estado criasse seu próprio sistema de notificação, paracontornar as falhas do Ministério da Saúde. Esta solução já foi adotada poroutros estados.”Talvez a solução para isso seria criar um sistemapróprio do estado de São Paulo, em que os municípios encaminham para o próprioestado”, afirmou.

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